Em Busca de Outros Mundos realizou uma observação do céu com telescópio no Lago Internacional da Tri-Fronteira – Campus Capanema

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Em Busca de Outros Mundos realizou uma observação do céu com telescópio no Lago Internacional da Tri-Fronteira

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Na última sexta-feira (31/03) o professor Fabio De Souza Alves, do Campus Capanema do IFPR, realizou uma observação do céu com telescópio no Lago Internacional da Tri-Fronteira, atividade esta que faz parte do projeto de extensão “Em Busca de Outros Mundos”.

Para explicar melhora atividade o professor nos respondeu algumas perguntas, confira:

1. Como surgiu a iniciativa do projeto “Em Busca deOutros mundos”?

O projeto começou em maio de 2015 no Campus Capanema do IFPR, motivado pela minha atuação com o tema desde a minha formação inicial que se intensificou em 2011 quando fui trabalhar no observatório de Brotas no interior de São Paulo.

A criação do projeto se deve ao fato de que como professor e pesquisador do tema sabemos que o assunto Astronomia não é trabalhado de maneira adequada nas escolas, mesmo considerando que houve um aumento na divulgação e acesso as imagens pelas redes sociais, muitas pessoas nunca viram um telescópio ou se aproximaram de algum equipamento para observação do Céu.

Além disso, esses conteúdos estão sob responsabilidade de professores que não tiveram o preparo teórico e prático durante a formação inicial e desse modo, tais conteúdos são tratados em segundo plano.
Sou aplicador da Prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA há cinco anos e uma coisa nos chamou a atenção é que em Capanema não havia escolas participantes da OBA, em Barracão acontece o mesmo, pois somente os IFPR de Capanema e Barracão participaram no ano passado, ou seja, os alunos deveriam ter acesso a esses conteúdos e não tem, e a realização de um projeto de extensão pode permitir o acesso e a popularização do tema.
Devido ao projeto este ano teremos 6 escolas participantes sendo 4 ensino fundamental e duas do ensino médio.
O nome do projeto se deve ao fato da publicação do Livro “Em Busca de Outros Mundos” do Prof. Ronaldo Rogério de Freitas Mourão onde o autor discorre sobre vários assuntos sobre astronomia.

2. O projeto conta com a participação discente? se sim, de quantos?

Sim, sem alunos não há projeto (Risos…). Temos 14 alunos do ensino médio do IFPR – Capanema e três escolas que participam como parceiros e colaboradores totalizando 15 professores da rede municipal, além disso, temos uma empresa parceira que colabora com a confecção do material didático que vai além da observação e de forma voluntária, ou seja, o projeto tem outras atividades além da Observação do céu e contamos com a participação de 3 munícipes de Capanema, fato conquistado com a vinda do projeto no ano passado.

3. Algum dos alunos participantes do projeto é bolsista?

Sim, na quinta-feira tivemos o projeto aprovado no PIBEX Jr. e teremos uma bolsa

4. Qual a relação do “Grupo Amador de Astronomia de Capanema – PR – GAAC” com o projeto “em busca de outros mundos”? Ambos são abarcados pela estrutura de extensão do IFPR?

Um projeto de extensão requer a participação do público externo ao IFPR, mas um projeto de extensão dentro de uma instituição pública limita a participação plena da população pela sua burocracia e o atendimento de certas demandas, compra de equipamentos e etc.
Desse modo, o Grupo Amador de Astronomia de Capanema – GAAC – Ronaldo Rogério de Freitas Mourão foi fundado em 14 de novembro de 2015 e tem o papel de aproximar aquele cidadão apaixonado pela astronomia a se organizar enquanto grupo para promover a popularização e a divulgação astronômica e ciência e tecnologia, e o projeto de extensão vem para dar subsidio teórico e prático, ou seja, tal proposta avança no sentido da extensão promovida pelo IFPR.
Todos os equipamentos utilizados foram conquistados com recursos próprios, pois ainda não tivemos um edital para compra de materiais pelo IFPR.

4. Com que regularidade o projeto se propõe a realizar observações como a da última sexta-feira (31/03)? existe a pretensão de realizar novas observações na região da tri-fronteira?

Como o projeto começou em maio de 2016 e como coordenador eu tive que estabelecer uma relação inicial com os meus orientados (14 no total) para que pudéssemos colocá-los em condições de atuar comigo no projeto, dos alunos orientados apenas 1 havia feito a prova da OBA em outros momentos os demais jamais tinham visto qualquer discussão sobre o tema e só após esta etapa começamos nossas observações que aconteceram setembro e até o momento fizemos 7 sessões.
Na próxima semana dias 03 a 05 faremos uma maratona de observações no IFPR Capanema onde toda a população estará convidada., a agenda está bem cheia, pois queremos visitar todos os municípios do Sudoeste, esta é a nossa meta.
Em relação ao retorno a tri-fronteira temos sim esta pretensão, isso ocorrerá em breve, pois estou restaurando um novo telescópio para que possamos aumentar a diversidade de objetos e ao mesmo tempo tenho todo um trabalho de orientação com os alunos para que eles me auxiliem, neste processo e agora temos 3 escolas pelos quais estou fazendo um trabalho de formação, ou seja o projeto está ampliando sua dimensão rapidamente e precisamos nos preparar para isso.

5. Qual o modelo do telescópio utilizado?

No momento temos um telescópio Newtoniano de 150mm de diâmetro e uma luneta oferecida no ano Mundial da astronomia como réplica da luneta utilizada por Galileu, após o mês de junho deste ano teremos um novo telescópio com 180 mm de diâmetro. Todos os equipamentos são de propriedade particular.

6. Na sexta-feira conseguimos observar o Sol e suas manchas solares, você poderia falar um pouco a respeito destes fenômenos?

Muitas pessoas tem a curiosidade de saber como é o Sol, por esse motivo promovemos esta possibilidade, pois trata-se de um objeto que requer equipamentos especiais para fazê-lo e muitas pessoas ainda insistem em utilizar filmes fotográficos ou películas de Raio – X sem imaginar os possíveis danos que isso pode causar.
As manchas solares que vimos são regiões onde a temperatura e a pressão é menor em relação ao restante do Sol, são regiões de cor negra porém, só vemos desta maneira por conta do contraste em relação ao restante da região solar. A quantidade de manchas nos indica a quantidade de atividade solar e algumas manchas são superiores ao tamanho da Terra em sua extensão.

7. Além do Sol também observamos a Lua e Júpiter e seus satélites por breves minutos. quais outros “objetos” podem ser observados com o equipamento utilizado?

Podemos ver aglomerados abertos e fechados, nebulosas e estrelas

8. Poderia falar um pouco sobre a sua formação?

Minha formação é em licenciatura em Física pela Universidade Estadual Paulista – UNESP desde 2009, sou Mestre em Educação pela Ciência em 2012, e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, em 2016, trabalho com a pesquisa e a extensão em epistemologia e didática das ciências para inclusão das pessoas com e sem deficiência.

 

 

Fonte:
 Luiz Augusto Estacheski
 Campus Avançado Barracão
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